SOMOS TODOS FARMACÊUTICOS: GRUPO SE UNE PELO DESENVOLVIMENTO DA CLASSE

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Por Egle Leonardi

A profissão farmacêutica tem apresentado crescimento vertiginoso na última década, configurando-se como protagonista do setor de saúde. Na indústria, no varejo, em clínicas, em instituições hospitalares e até na gestão os farmacêuticos têm assumido posição de destaque. Isso ocorre, principalmente, na promoção do uso racional de medicamentos, por meio da educação em saúde, dispensação segura de medicamentos e otimização da farmacoterapia. No entanto, esse reconhecimento ainda não atingiu sua plenitude, afinal, a classe ainda busca por maior valorização.

Para proporcionar representatividade para todos os profissionais do mercado, quatro empresários e profissionais bem-sucedidos criaram o grupo Somos Todos Farmacêuticos. Seu objetivo é dar voz e presença àqueles que queiram se desenvolver no segmento, além de ter maior visibilidade e possibilidade de atuação em todas as esferas: políticas, econômicas, educacionais e profissionais.

Os membros desse grupo são farmacêuticos atuantes, que se uniram, há dois anos, para concorrer à diretoria do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) e para conquistar importantes avanços aos profissionais. Eles foram vitoriosos nessa empreitada e, atualmente, integram a diretoria do CRF-SP.

Mas, esses profissionais querem uma atuação muito mais ampla, sendo até nacional. Por isso, reposicionaram a função do grupo e o transformaram em um conceito muito além do viés político classista. Vale lembrar que suas ações extrapolam o âmbito do Conselho e seguem para outras esferas que possam, do mesmo modo, ser representativas para a atuação dos farmacêuticos. Assim, o lema do grupo Somos Todos Farmacêuticos é uma só voz em prol do desenvolvimento da profissão.

Liderando o grupo está o empresário do setor de clínicas médicas e diagnóstico laboratorial e presidente do CRF-SP pelo segundo mandato seguido, Marcos Machado. Segundo ele, o farmacêutico é um profissional de saúde que está acessível a todas as pessoas e que pode contribuir e orientar os pacientes, especialmente com relação ao uso racional de medicamentos e sobre os riscos da automedicação e suas implicações.

Machado é pós-graduado e especialista em Análises Clínicas. Em 2003 decidiu ser voluntário no CRF-SP e, desde então, passou a contribuir para o crescimento e fortalecimento da profissão. Foi coordenador de comissões, representante regional, conselheiro, diretor-tesoureiro e, agora, está presidente.

Ao lado de outros voluntários, no grupo Somos Todos Farmacêuticos, o único objetivo é ajudar a desenvolver a profissão farmacêutica e contribuir para o crescimento e valorização profissional. De acordo com ele é isso que o move, e sempre o moveu na direção de colaborar para que os farmacêuticos sejam, cada vez mais, reconhecidos.

“Nós temos, hoje, um farmacêutico muito mais atuante, do que anos atrás. Estamos diante de um profissional que saiu de trás dos balcões e expandiu suas atividades. Temos a farmácia clínica e as salas de serviços farmacêuticos que nos mostram apenas uma das direções que esse profissional vem tomando”, ressalta Machado.

Ele continua: “Nossa atuação vai além da lida com medicamentos, já que somos peça importante para a saúde das pessoas. Não estamos falando de um reconhecimento que veio do dia para a noite, mas de algo que trabalhamos com afinco para merecermos. Nada mais justo que nos unirmos para dar e, mais do que isso, ser a voz desses colegas por mais representatividade”.

Ações
Para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, o grupo Somos Todos Farmacêuticos utilizou todas as estratégias viáveis, à frente do CRF-SP, para a manutenção dos serviços prestados. Isso inclui, obviamente, a fiscalização do exercício profissional. Além disso, o grupo subsidiou os farmacêuticos com informações e orientações técnicas para auxiliá-los na realização de suas atividades.

Todas as ações ocorreram com o intuito de garantir que a população recebesse o melhor atendimento farmacêutico possível e que o profissional estivesse com o máximo de segurança em seu local de trabalho.

Também foi elaborado um plano de ação, para que as inspeções fiscais in loco fossem retomadas de forma gradativa. Para que os fiscais pudessem observar as medidas necessárias para a redução da transmissibilidade da Covid-19, foi elaborado um checklist utilizado durante a fiscalização.

No período inicial da pandemia foram constatadas 3.829 não conformidades em relação à adoção de medidas de prevenção da doença causada pelo coronavírus e 73 relacionadas à realização dos testes rápidos para Covid-19. Foram realizadas 2.808 orientações farmacêuticas nas inspeções fiscais relacionadas à Covid-19, representando 47% do total de orientações.

“Uma das nossas preocupações é reforçar, junto à população, o papel fundamental de profissional de saúde exercido pelo farmacêutico. Em conjunto vamos seguir atuando sempre com muito empenho pela valorização e fortalecimento da nossa classe”, reitera a diretora de Departamento de Material e Logística na Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, secretária-geral do CRF-SP e membro do Somos Todos Farmacêuticos, Luciana Canetto.

Ela continua: “Nós queremos ouvir o que o farmacêutico deseja e estamos dispostos a trabalhar, incansavelmente, para, junto ao conselho, atendermos e representarmos de forma efetiva e digna todos os profissionais”.

Com mais de duas décadas de atuação na saúde pública, Luciana fala que se vive agora novos rumos da assistência farmacêutica e a pandemia reafirmou a importância desses profissionais. São eles que estão mais próximos da população e, sobretudo, são aliados no tratamento de praticamente todas as enfermidades, com conhecimento técnico e preciso sobre os mecanismos de ação dos medicamentos.

Idealistas
“Nós somos um grupo de farmacêuticos idealistas. Temos trabalhado em vários níveis de atuação, seja no serviço público ou no privado. Nós temos muitos projetos para a categoria, principalmente, de valorização, reconhecimento e crescimento profissional. A força do nosso grupo está na transparência, na democracia e na liberdade de ideias”, assegura o doutor em Farmacologia e Terapêutica, professor, vice-presidente do CRF-SP e membro do Somos Todos Farmacêuticos, Marcelo Polacow.

Para ele, “é importante ressaltar que nós temos uma atuação muito forte na área de educação, principalmente focada em educação continuada dos farmacêuticos. Nós entendemos que o processo de educação farmacêutica transforma os profissionais e os capacita para a obtenção das melhores posições no mercado e às melhores remunerações”.

Segundo, a categoria precisa de união e de pessoas que olhem e lutem por direitos e melhores condições para o desenvolvimento de um trabalho cada vez mais efetivo. A representatividade precisa se interligar, com todos juntos por um objetivo comum, que é tornar o farmacêutico cada vez mais reconhecido socialmente.

São queixas recorrentes dos profissionais:

  • baixa remuneração na maioria das funções;
  • falta de perspectiva de carreira e desenvolvimento profissional;
  • pouca autonomia e condições de trabalho; e
  • falta de incentivo a práticas de atenção farmacêutica e escalas de trabalho exaustivas e que não permitem a realização de cursos de pós-graduação. “Nós vamos trabalhar para quebrar o paradigma de que as entidades representativas são antagônicas, quando, na verdade, todos queremos construir um caminho de valorização ética e profissional do farmacêutico. Estamos nos colocando à disposição para atuar e intervir para aquilo que trará melhorias, seja para o desenvolvimento profissional, o que inevitavelmente está atrelado ao reconhecimento da classe”, salienta a doutora em Educação, diretora-tesoureira do CRF-SP e membro do Somos Todos Farmacêuticos, Danyelle Marini.

Matéria publicada no Portal – Somos Todos Farmacêuticos (confira aqui).

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